segunda-feira, 25 de abril de 2022

[Cola&Bora] Clube da Caixa Preta | Sociedade das Relíquias Literárias

Tá sentindo? Brisa de bons ventos, gostinho doce de retorno, cheirinho suave de quem está se reconectando ao que nunca deveria ter sido esquecido. Venho ponderando há algum tempo a volta desse espaço, o blog nasceu da necessidade de compartilhar algumas vivências e se transformou em uma grande ferramenta de escape por um tempo, porém, assim como quem não quer nada, foi sendo deixado de lado e em meio a traças e teias perdeu seu objetivo principal, externalizar. Voltemos!


Mas como voltar depois de tanto tempo? Voltando. Mas o que eu devo dizer para quem estava presente? Que agora também está presente. Mas é só continuar de onde parou? Claro. Mas do mesmo jeitinho? Talvez, ainda é do mesmo jeito? Talvez... Em partes... Quem sabe...


Hoje o blog está de volta e com um dos quadros que eu mais gostava de fazer: Cola&Bora. Momento em que eu escolhia alguns projetos culturais que mereciam ser apoiados, seja na literatura, quadrinho, web, enfim, artistas que mereciam que seu trabalho fosse conhecido por mais e mais pessoas. Hoje trouxe duas indicações para vocês, dois clubes de contos raros, um voltado para autores negros e outro para contos de fadas. Sempre na última segunda do mês, uma nova indicação.


Clube da Caixa Preta


Clube da Caixa Preta - Foto dos autores que já passaram pelo clube

Quem assina o Clube da Caixa Preta recebe todos os meses contos classícos de ficção escritos por autores negros, mas que foram esquecidos, silenciados ou esbranquiçados durante o tempo. É um resgate a obras que não foram prestigiadas e promovidas como mereciam. A iniciativa é da Editora Escureceu (o Clube deu tão certo, que se tornou editora), cujo a equipe é formada por profissionais negros especializados em literatura e questões sociais, escolhendo obras de diversos gêneros, mas que tragam relevância cultural, racial e social.

Os textos são inéditos no Brasil, porém são escritos por autores com relevância na história da literatura negra universal. As obras são enviadas mensalmente para os assinantes em três formatos (pdf, mobi e epub), cada caixa possui uma temática diferente e o apoio custa apenas R$8,00 por mês. 


sábado, 11 de janeiro de 2020

[LIVRO] O Verão Que Mudou Minha Vida - Jenny Han

Quero confessar que não tenho o hábito de ler sinopses, mas estava buscando uma leitura leve e rápida, daquelas divertidas que te prendem até o último suspiro. Lembrei que a Editora Intrínseca recentemente lançou uma coleção com capas divertidas, com conchas e títulos que remetiam a férias e praia, as imagens me conquistaram e tinha tudo para ser uma leitura leve. Achei a edição que a Editora Record tinha lançado em 2011, a capa era bem sem graça e repetitiva, mas a nova versão já tinha me conquistado, mesmo sem eu saber do que o enredo se tratava.

A vida de Belly era marcada pelos verões, tudo o que acontecia entre os meses de junho e agosto tinha um toque de magia, quase um sonho. Cousins Beach era o destino de sempre, a casa de praia da Susannah, a melhor amiga de sua mãe, presente em todos os momentos e dona dos melhores conselhos.

Belly estava prestes a completar 16 anos e seu corpo já parecia de adulta, motivo que fez com que ela acreditasse que finalmente ia ser incluída nas brincadeiras dos meninos, mas Steve, seu irmão mais velho, sempre ia vê-la como uma criança birrenta, Jeremiah e Conrad, filhos de Susannah, a tratavam como a irmã caçula que fazia drama quando não tinha seus desejos atendidos, apesar de terem notado o quanto ela tinha crescido naquele último ano e que não era mais uma menina.

Steve é aqueles irmãos chatos que tudo é motivo de zoação, aproveita qualquer oportunidade para tirar Belly do sério e atrapalhar seus planos. Conrad é do tipo que afasta as pessoas, egoísta, grosseiro, mas que tem um charme quase que irresistível, sempre faz sucesso entre as mulheres, inclusive com Belly, que é apaixonada por ele desde os 10 anos, mas sempre decepciona. Jeremiah com certeza é o meu preferido entre os garotos, ele é leve, brincalhão, cuidadoso, mas devido seu jeito divertido, as pessoas acabam não levando ele tão a sério.

Durante um mergulho na piscina e outro, Belly relembra fatos que aconteceram nos verões passados, a conturbada e estressante visita de Taylor, sua melhor amiga, os filmes que assistiu com os garotos, os passeios no shopping com SusannahLaurel, quando Jeremiah ensinou a dirigir, quando se apaixonou por Conrad e até mesmo quando menstruou pela primeira vez. O verão era um momento mágico e deveria ser preservado.

Podemos dizer que Belly, basicamente, reclama o tempo todo que está sozinha, os meninos não a convidam para nada, Susannah e Laurel estão sempre passeando ou conversando no quarto. Ela não conhece ninguém na cidade e não se esforça para conhecer, ela só reclama e se comporta com uma criança birrenta que ninguém faz o que ela deseja.

O enredo é leve e divertido, aqueles dramalhões de adolescente, a escrita de Jenny Han te envolve como se você fosse parte do enredo, me senti sentada em uma das espreguiçadeiras na beira da piscina mandando Belly deixar de ser tão infantil. A relação de Suzannah e Laurel é invejável, além da confiança, elas sabem que podem confiar os filhos uma a outra, mesmo quando não for mais possível estar presente.

Os meninos, Jeremiah e Conrad, são um caso a parte, eles estão naquela idade que tudo parece uma piada ou incomodo demais, nada passa desapercebido e tudo fazem um drama, além, claro, do turbilhão de emoções que eles estavam enfrentando e tinham que fingir que nada sabiam, mas como fingir sobre algo tão grave? No decorrer que você vai entendendo o que está se passando com eles e o quanto aquilo tudo esta afetando a vida deles, é possível compreender o porque se comportam assim e como enfrentam a vida de formas diferentes, por enquanto um fica com raiva do mundo, o outro só quer ter leveza para enfrentar os problemas.

Sim, eu estava buscando um livro leve e divertido, encontrei um enredo envolvente e que me fez passar os últimos capítulos chorando, assim como tem personagens chatinhos como Belly e Steve, tem uns que são encantadores como Susannah e Jeremiah, que te deixam com o coração na mão quando acontece algo com eles. RECOMENDO fazer essa viagem para Cousins Beach e se perder um pouco nesses dramas de verão, que as vezes podem ir para a vida. Música que Belly, Steve e Laurel escutaram no carro viajando para O Verão Que Mudou Minha Vida.



sexta-feira, 11 de outubro de 2019

[LIVRO] O Diabo Veio Para o Natal - Roxane Norris

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Calma! Senta aqui do meu lado e vem comer uma fatia de bolo fofo com calda de chocolate, temos muito o que conversar sobre o milionário Miguel Allende, empresário do ramo imobiliário que não consegue mais vê sentido no Natal, prefere passar a data trancado no escritório trabalhando e esquecer que aquela época existe, mas o que ele não esperava é que uma doce diabinha ia trazer mais magia para a sua vida.

Júlia foi convidada para trabalhar com o misterioso Miguel Allende, a oportunidade perfeita para salvar a agência das irmãs Luckheart, o único problema é que ela não sabia absolutamente nada sobre o seu novo empregador. Apesar de famoso, ele era extremamente reservado e não gostava de aparecer na mídia, então ela só sabia o básico, que ele era rico e morava na Espanha.

o diabo veio para o natal2

O voo foi bem turbulento, após misturar remédio com bebida alcoólica sua imaginação ficou bastante fértil, chegando a afetar outros passageiros e a tripulação que tentava solucionar o caso. Já no local marcado para conhecer o Sr. Allende, uma pousada próxima a estação de esqui, ela percebeu que sua mala foi trocada e estava despreparada para aquele encontro, precisava de roupas apropriadas urgente. 

Alena é uma doce garotinha que passou por alguns traumas, o que resultou em uma dificuldade de socializar com outras pessoas, mas foi bem receptiva quando avistou Júlia experimentando botas naquela loja, quem sabe o coração delas já sabia o que ia acontecer. A reunião aconteceu a noite e o empregador não gostou do que ouviu de Júlia, ela tinha que se esforçar bem mais do que aquilo para conquistar a confiança da família Allende.

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No dia seguinte, uma nevasca atingiu a cidade fazendo com que ela e todos os hóspedes ficassem ilhados dentro da pousada, foi quando Júlia conheceu Lúcia, uma doce senhora que sabia todas as histórias e costumes do lugar. Os hóspedes puderam ajudar a decorar a árvore de natal e Júlia ajudou a fazer os Torrones, tradição do lugar, entre uma risada e outra Lúcia conseguia tocar seu coração com os seus despretensiosos conselhos amorosos.

Em meio a tantas tradições e histórias, o homem que tinha vindo buscar Júlia na pousada continuava esperando o tempo melhorar para levá-la a casa da família Allende. Entre conversas e confissões, ela conseguiu entender o que tinha passado por aquela família e o motivo de seu novo empregador ter tanta repulsa pela data, com certeza algo precisava ser feito por aquela família e ela estava disposta a recuperar essa magia.

O conto O Diabo Veio Para o Natal é a primeira história da trilogia das irmãs Luckheart, o enredo é curtinho e bem dinâmico, minha única ressalva é que achei alguns pontos soltos e forçados, mas compreendo por se tratar de um conto. A escrita é bem fluida e envolvente como as histórias da Roxane Norris, o romance é um clichê, mas daqueles que a gente se apaixona com os personagens. Recomendo para quem gosta de histórias leves.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

[LIVRO] Quando Fernando Morreu - Beatriz Lúcio

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Necessário! Aliás, não só esse conto, mas todos os enredos do projeto Todas as Letras do Arco-Iris, organizado por Maria Freitas e lançado pela Editora Resistência. É um soco no estômago tantas histórias de libertação, seja de suas próprias entranhas, dos julgamentos alheios, dos rótulos. Em meio a tanta intolerância e episódios inaceitáveis, tenho que admitir que a censura vivenciada na Bienal do Rio só abriu portas para que mais obras como essa ganhassem um lugar especial no nosso coração.

Fernando era muito mais que um marido, um companheiro, um amigo, um amante, era a salvação de uma vida de julgamentos, a prova que Virgínia finalmente tinha se decidido e sua família agora podia ficar em paz. Foram 20 anos de um relacionamento maravilhoso, cheio de muito amor e hétero (como sua família aprovava), mas com a morte de Fernando decorrente de um câncer, tudo desmoronou.

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Virgínia entrou em depressão e perdeu o controle de sua vida, passava o tempo todo trancada em casa sem vontade de viver, abandonou a loja de eletrônicos que era sócia e se afundou na tristeza. Sua filha Letícia não suportava mais a situação da mãe e foi morar com a avó materna, foi quando Virgínia viu que precisava agir. Antigos medos e angustias começaram a lhe assombrar novamente, entre eles os novos relacionamentos.

Antes de FernandoVirgínia se relacionava com homens e mulheres, o que era inaceitável para a sua família, diziam que ela era indecisa, promiscua e que não passava confiança, afinal ela podia trair com ambos os sexos. Casar com Fernando foi se libertar de todas as críticas e julgamentos, mas agora com a sua partida, ia ter que conviver novamente com todos os julgamentos e o medo de não ser aceita.

Quando Fernando Morreu 03

O conto retrata o conflito de pessoas bissexuais, a necessidade de se enquadrar em um rótulo que seja aceito pela sociedade, que seja de alguma forma compreendido, mesmo que minimamente. A autora, Beatriz Lúcio, consegue passar do luto a vaidade da conquista, da liberdade dos desejos ao julgamento dos mesmos. O conflito e as dores não são aprofundados, o que é compreensível quando falamos de um conto, mas é facilmente possível preencher as lacunas com o que é dito e sentido por Virgínia. Precisamos ser mais empáticos! Precisamos ser mais tolerantes!

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

[EVENTO] XIII Bienal do Livro do Ceará - Programação


Nessa sexta-feira, dia 16 de agosto, começa a XIII Bienal Internacional do Livro do Ceará, com a curadoria da escritora Ana Miranda e dos escritores e professores Inês Cardoso e Carlos Vasconcelos, coordenação de Goreth Albuquerque. Durante os dez dias de programação gratuita, o evento contará com diversos lançamentos, rodas de conversa, oficinas, palestras, saraus, contação de histórias, entre outras atrações literárias com a participação de artistas locais, nacionais e internacionais.

Diferente dos anos anteriores, que eram escolhidos escritores para serem homenageados, nessa edição escolheram três obras para serem belissimamente aclamadas: A Casa, da cearense Natércia Campos; Terra Sonâmbula, do moçambicano Mia Couto; e Lavoura Arcaica, do escritor paulista vencedor do prêmio Camões Raduan Nassar. O tema escolhido para essa edição foi As Cidades e Os Livros.

A atração acontece entre os dias 16 e 25 de agosto, no Centro de Eventos do Ceará. A programação oficial já está disponível no site do evento, mas é importante observar as ações paralelas ministradas pelos expositores e pelas instituições parceiras. Separamos algumas atrações que estão sendo ansiosamente aguardadas por nos e que prometem ser impactantes, RECOMENDO! Quem encontrar com a gente pela Bienal, estamos levando marcadores e bottons para distribuir, é só chamar.


17 de agosto (sábado)

14h às 16h30 - ECONOMIA COLABORATIVA, A SUSTENTABILIDADE DE PEQUENAS E MÉDIAS EDITORAS E LIVRARIAS 
Anna Dantes – Dantes Editora (RJ), Guarany Oliveira – Livraria Lamarca (CE), Rosel Soares – Casarão do verbo (SP), Simone Paulino – Editora Nós/Paratodexs (SP)
Mediação: Talles Azigon – Editora SubStânsia (CE)

14h30 às 16hLIVROS REVOLUCIONÁRIO – PRECONCEITO LINGUÍSTICO 
Marcos Bagno (DF) 
Mediação: Eulália Leurquin (CE)

15h às 16h30A MULHER E A CIDADE 
Aila Sampaio (CE), Celeste Cordeiro (CE), Juçara Rocha Soares Mapurunga (CE), Juliana Damasceno Pontes, Grace Troccoli Vitorino, Xênia Diógenes Benfatti 
Mediação: Hugo Nogueira 

19h – Lançamento MÁRIO MAGALHÃES
Bete Jaguaribe


18 de agosto (domingo)

10h às 12h30 - A INQUIETUDE DO MERCADO: DAS TECNOLOGIAS EMERGENTES ÀS ANTIGAS FORMAS DE PRODUÇÃO
Alexandre Martins Fontes – Editora Martins Fontes (SP) e Marcelo Levy – Editora Todavia (SP) Mediação: Mileide Flores (CE)

14h - APRENDER A ESCREVER NA INTERNET
Escambau (CE) 

16hOS NOVOS: CRIAÇÃO E EDIÇÃO/PUBLICAÇÃO
Luciana VillasBoas (RJ) e Ana Miranda (CE)
Mediação: Jayson Aguiar (CE)

16h - CELULAR, MEMES E REDES SOCIAIS PARA CONTAR HISTÓRIAS 
Eduardo Porto (CE), Rodrigo Passolargo (CE) e Ítalo Furtado (CE)
Mediação: Rildon Oliver (CE)

16h30 às 18h - O DESIGN EDITORIAL: MÍDIAS IMPRESSAS E DIGITAIS
Deglaucy Jorge (CE), Denise de Castro – Editora Senac (CE), Felipe Góes (CE) e Amaurício Cortez – Fundação Demócrito Rocha (CE) 
Mediação: Camila Barros – UFC (CE)


19 de agosto (segunda-feira)

10h às 12h30 - ENTRE O NORDESTE, NO BRASIL, NO MUNDO
Wellington de Melo – Cepe Editora (PE), Abdulai Silá – Kuw Si Mon Editora (GuineBissau) e Albanisa Dummar – Armazém da Cultura (CE) 
Mediação: Simone Paulino – Editora Nós (SP)

16h30 às 18h - DO LIVRO ÀS TELAS - OBRAS LITERÁRIAS E O MERCADO AUDIOVISUAL 
Samuel Brasileiro (CE), Iris Sodré (CE), Cecília Rabêlo (CE), Paulo Amoreira (CE), George Frota (CE)
Mediação: Aíla Sampaio (CE)


18h – Lançamento RESISTÊNCIA , ROTA DE FUGA E REFÚGIO: O CARIRI CEARENSE NA DITADURA MILITAR
Cícero Aurelisnor Matias Simão (CE) 

20h - Lançamento MEMÓRIAS DO CEGO ADERALDO e DONA CIÇA: O BARRO DAS MARAVILHAS e MATILDE, A LAGARTA PINTADA
Rosemberg Cariry (CE)

20hAS ALDEIAS DO SILÊNCIO
Frei Betto (SP) e Socorro Acioli (CE).
Mediação: Eleuda Carvalho (RJ) 


20 de agosto (terça-feira)

14h30 às 15h30 - LEITURA DE IMAGENS DA CIDADE
Gerson Linhares e o Bode Ioiô (CE)

16h30 às 18h - A LEITURA DIGITAL: O LIVRO NA REDE 
João Leal (RJ) e Letícia Reina (RJ)
Mediação: Isabel Costa (CE)

19h - CAFÉ LITERÁRIO  
Babi Dewet (SP) e Isabel Costa (CE)

19h30 – Lançamento RACISMO E EDUCAÇÃO NO BRASIL
Bernadete de L. R. Beserra (CE) e Rémi Fernand Lavergne (Lyon, França) 

20h VIOLÊNCIA E VERTIGEM
Dimitri Tulio (CE) e Daniel Munduruku (SP). 
Mediação: Regina Machado (CE)


21 de agosto (quarta-feira)

16h - LITERATURA, HQS, CINEMA E JOGOS 
Rodrigo Passolargo (CE), Miguel Felício (CE), Ítalo Furtado (CE) e Kami Girão (CE)

17h - ERA UMA VEZ UMA MULHER QUE QUERIA FALAR DE COLETIVOS...
Lola Aronovich (CE) e Maria da Penha (CE)
Mediação: Vânia Vasconcelos (CE) 

18h20 FILMES NA CENA SOCIAL
Jânio Nunes Vidal, Rozimar Rocha, Júlia Kilme e outros

19h - CAFÉ LITERÁRIO MULHER DE PALAVRA
Nina Rizzi (CE), Ryane Leão (SP) 
Mediação: Jéssica Balbino (CE) 


22 de agosto (quinta-feira)

16hCHÁ COM GLITTER: PERSONAGENS LGBTQI+ NA LITERATURA MUNDIAL
José Henrique de Almeida Cavalcante (CE), Leonardo da Silva Leal (CE), Kimblia Crislaine Cavalcante Nogueira (CE) e Antônio Luciano Morais Melo Filho (CE) 

16h – Lançamento O GERENTE ENDOIDOU: UMA CONVERSA SOBRE A PUBLICIDADE E A PROPAGANDA CEARENSES
Gilmar de Carvalho (CE)

19h30 – Lançamento TODO AMOR É FODA: O AMOR NA ERA AS REDES SOCIAIS
William Kokubun (SP) 

20hDEVANEIOS: A ARTE DE ANDAR NAS RUA DE FORTALEZA
Fausto Nilo (CE)

23 de agosto (sexta-feira)

13h  - EMPREENDEDORISMO DA GERAÇÃO DE A A Z
Maria Sueli Lopes Vasconcelos (CE)

15h - POESIA NA CONTRAMÃO: AS RUAS NA VOZ OU A VOZ NAS RUAS 
Rômulo Silva (CE) e Nina Rizzi (CE) 
Mediação: Tino Freitas (CE)

15h20 - Lançamento A COMÉDIA DIVINA DE BELCHIOR, METAMORFOSE DE MÁRIO GOMES
Lucarocas (CE) 

19h - LITERATURA COMO VISIBILIDADE TRANS
Amara Moira (SP) e Ayla Nobre (CE) 

19h - ILUSTRAÇÃO E NEGRITUDE
Evelyn Queiróz (NegaHamburguer) (SP) e Cau Gomez (BA) 
Mediação: Eduardo Azevedo (CE) e Rafael Limaverde (CE)


24 de agosto (sábado)

13h30 às 16h - A VIDA É UM SOM, A MÚSICA UM SONHO 
Mestre Macaúba – Chorinho (CE), Mestre Aécio de Zaira – Luteria (CE) e Mestre Expedito Caboco – Banda Cabaçal (CE)
Mediação: Pingo de Fortaleza(CE) 

15hATENÇÃO NO PERCURSO: ESTAMOS EM OBRAS 
Bel Santos (SP) e Amara Moira (SP)
Mediação: Argentina Castro (CE)

16h - Lançamento QUANDO O AMOR É DE GRAÇA!
Raymundo Netto (CE) 

16hA GEOGRAFIA DA FELICIDADE
Ivan Wolffers (Amsterdam) e Álvaro Medeiro Leite (CE). 
Mediação: Jesus Irajacy (CE) 

18hINSUBMISSAS MEMÓRIAS
Conceição Evaristo (RJ) e Vânia Vasconcelos (BA).
Mediação: Marília Lovatel (CE)

18h - Lançamento A ESTRANHA; VIAGEM DE NÓS E DE OUTROS DIAS; ÚLTIMO ENSAIO
Eduardo Guerra, Lara Rovere, Vanessa Passos, Zeca Lemos, Mônica Silveira, Célia Oliveira, Sônia Nogueira, Gevandir Muniz, Nirvanda Medeiros 

19h - MULHERES FEMINISTAS ILUSTRADORAS 
Evelyn Queiróz (NegaHamburguer) (SP), Fernanda Meireles (CE) e Raisa Cristina (CE)
Mediação: Ana Miranda (CE) 

25 de agosto (domingo)

11h - RESTAURO E CONSERVAÇÃO DE LIVROS
Francisco Gomes

16h - A TRADIÇÃO DOS GRUPOS NA LITERATURA CEARENSE
Batista de Lima, Aila Sampaio e Hermínia Lima 
Mediação: Booktuber Zeca Lemos 

16hCALIGRAFIAS FEMININAS
Marion Bloem (Amsterdam) e Amara Moira (SP)
Mediação: Lôla Aronovich (CE) 

18hLEITURA E VIDA
Bel Santos (SP) e Mileide Flores (CE)
Mediação: Sarah Diva (CE) 

19h - ILUSTRAÇÃO E CENSURA 
Alexandre Beck - Armandinho (SC) e Ivan Cosenza de Souza (RJ) 
Mediação: Eduardo Azevedo (CE) e Rafael Limaverde (CE) 

20hIRMÃOS ANICETO, MARIMBANDA E CARLOS MALTA

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

[LIVRO] Eu Vejo Kate: O Despertar de um Assassino - Cláudia Lemes

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Tenho que dizer que fui sugada pela narrativa e só soltei quando terminei. Kate é uma escritora de Blessfield, interior dos EUA, que tem a missão de contar a história de Nathan Bardel, um serial killer de sua cidade natal. Ele matou e estuprou 12 mulheres ao som de música clássica, afinal, cada vítima merecia uma sinfonia, foi preso e condenado a morte, a publicação ia marcar o aniversário de um ano de sua execução.

Kate precisava entender como um morador da sua cidade natal se transformou em alguém com a mente tão doentia, capaz de torturar e humilhar tantas mulheres que não tinham feito nada contra ele. Entender sua mente era preciso se aproximar cada vez mais de quem ele era, detalhar o passo a passo de cada crime, confrontar o habitat de cada vítima, presenciar abusos, entender o que ele sentia, criar uma lógica para a sua motivação.

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Após ter acesso ao inquérito e entrevistar os investigadores que trabalharam no caso, Kate é intimada por seus editores a deixar o projeto de lado e focar em seu romance, não querem mais se envolver com os crimes de Bardel, mas se o caso já estava encerrado e o assassino morto, o que poderia impedir que fosse lançado um livro com os detalhes da investigação, algo estava errado naquela história.

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Assistindo a tudo, Nathan Bardel acompanhava todos os passos de Kate, o que ela pensava e sentia, o quão obcecada ela ficou para descobrir o que de grave estava encoberto naquela investigação. Ela não podia vê-lo, mas a alma de Bardel estava ao seu lado, deixando o ambiente cada vez mais pesado e tenso, ele também não sabia o que estava fazendo ali, mas estava gostando de ver seus crimes sendo detalhados.

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Ryan Owen é o agente do FBI responsável por capturar Bardel, o profiler que traçou o perfil do assassino e conseguiu chegar até ele. Após o caso, sua vida saiu dos eixos, separou de sua esposa e se afastou da polícia, vive em uma casa isolado do mundo. Ele é a peça fundamental para Kate entender o que se passava na cabeça de Bardel, foi ele quem colheu os depoimentos do assassino.

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Kate é do tipo que aceita migalhas, parece durona, mas está em frangalhos, tem um relacionamento abusivo, uma relação desestruturada com a família, cheia de vícios e gosta de se torturar. Bartel não sabe o que está fazendo ali, mas de alguma forma, revisitar seu passado e ter uma visão mais ampla dos fatos, está tornando tudo mais complexo. Ryan é assustadoramente inteligente e perspicaz, sabe quando estão lhe engando, ele consegue ler a verdade no rosto de quem quer que seja, mas é extremamente autodestrutivo e adora se torturar.

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O enredo é intenso e as cenas são bastante pesadas, os crimes tem uma dose de crueldade assustadora, que o leitor precisa ter um estômago forte para aguentar tudo. A narrativa é feita por diversos pontos de vista, temos uma noção de como cada um se sente diante de tanta crueldade e como cada um reage diante daquilo, todos os personagens saem de sua zona de equilíbrio para abraçar o que eles tem de pior, conhecer o lado mais obscuro do seu ser e não ter receio disso.

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A autora, Cláudia Lemes, escreveu tudo em sete dias, em um momento de frenesi, clinicamente deprimida, de luto e puta da vida com o mundo. Essa intensidade de sentimentos é perceptível na trama, tudo é muito denso e palpável, talvez foi a cereja do bolo na trama, a tensão é real, por isso o leitor consegue se envolver tanto com o enredo e muitas vezes o ódio parece que atravessa o espectador como um convite por vingança, sede de sangue.

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Eu Vejo Kate foi escrito originalmente em inglês, a autora é brasileira, mas já morou na Califórnia e no Cairo, por isso, não se assuste quando se deparar com ambientes e nomes estrangeiros. O enredo é muito bem escrito e estruturado, os personagens são complexos e verdadeiros, não são caricatos, o leitor sente a transição de emoções. O projeto gráfico está fantástico, Marina Avila maravilhosa como sempre, trabalho minucioso e cheio de detalhes, sou fã! Repararam no olho claro de Kate?! RECOMENDO imensamente para quem gosta de um bom suspense. 

[Cola&Bora] Clube da Caixa Preta | Sociedade das Relíquias Literárias

Tá sentindo? Brisa de bons ventos, gostinho doce de retorno, cheirinho suave de quem está se reconectando ao que nunca deveria ter sido esqu...