sexta-feira, 23 de setembro de 2016

[Livro] O Teorema de Katherine - John Green

o teorema de katherine

Tudo começou com uma confusão, aluguei o livro O Teorema de Katherine porque queria assistir o filme, só que após algumas páginas tediosas fui atrás do filme para tentar me animar a terminar a leitura, foi ai que descobri que tinha confundido Cidade de Papel com a história das Katherines, então me senti obrigada a continuar a leitura, pois não queria devolver o livro sem saber o final e John Green é John Green, então devia ter algo de sensacional no meio do enredo.

Colin Singleton é um garoto chato que só pensa no próprio umbigo, no quanto ele é inteligente e o quanto ele é sensacional. Agora ele ta deitado no chão do quarto chorando o pé na bunda que levou da 19º Katehrine, tentando entender o porque ela terminou com ele, afinal, ele sempre fazia anagramas com as palavras e decorava fatos inúteis sobre as coisas.

Ser um gênio não era o suficiente, era necessário fazer uma grande descoberta para se fazer história, ter o seu nome nos livros e nos meios acadêmicos, era preciso ter o momento Eureka, fazer a grande descoberta e padronizar o feito. A vida de Colin já era uma padronização, ele namorou 19 meninas chamadas Katherine, K-A-T-H-E-R-I-N-E, escrito desse jeitinho e todas elas terminaram o namoro com ele, cabia ele agora descobrir qual o teorema matemático dessas relações.

o teorema de katherine 2

O terminante e o terminado são os fatores básicos que definem um relacionamento, mas existem outras características que influenciam como vai ser essa relação e era esse detalhe que Colin esquecia, o mundo não estava perfeito apenas com o Colin namorando a Katherine, tinha muitos outros fatores envolvidas, mas jogado no chão do quarto aos prantos, a única coisa que ele conseguia pensar era que a 19º podia ligar e pedir desculpas por ter acabado com ele.

Ao entrar no quarto e ver Colin jogado no chão pela 19º vez, Hassan Harbish teve que tomar uma atitude, os amigos iam embarcar no Rabecão de Satã e fazer uma longa viagem, sem destino e sem propósito, apenas dar um tempo e esfriar a cabeça. A estrada era uma boa companhia, ele finalmente ia poder esvaziar a cabeça e pensar como ele iria reconquistar a 19º Katherine, ou no mínimo conseguir elaborar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines.

No final da estrada uma placa apontando para a visitação ao túmulo do Arquiduque Francisco Ferdinando, uma atração turística sem graça, mas que pareceu uma boa ideia para matar o tempo. Na lojinha de souvenir encontraram a Lindsey Lee Wells leitora da revista Celebrity Living, uma caipirona que ia guiar a visita dos rapazes, percurso que ia dar uma direção a viagem e as escolhas deles.

O teorema de katherine 3

Preciso falar que o começo do enredo é extremamente chato e massante, pensei mil vezes em abandonar a leitura, mas estamos falando do famoso John Green, então algo aquele livro tinha que ter. Então apareceu Lindsey e eu me apaixonei pela personagem, mas em seguida vinha Colin e toda a sua chatice e me fazia pensar em abandonar a leitura novamente.

Tem um ponto que a história da uma virada e o enredo começa a ganhar ritmo e fluidez, finalmente apareceram as cenas memoráveis e os personagens começaram a se apresentar de forma mais crua, livre de esteriótipos e fixações paranoicas, os diálogos eram mais ricos de sentimentos e confusões, finalmente eles estavam se permitindo viver sem cobranças.

Nessa virada percebi que John Green estava bem ali, finalmente tinha achado o escritor que ficou conhecido por seus romances viciantes, acredito que ele pecou ao escolher um protagonista tão chato, no humor sem graça das notas de rodapé, até mesmo na repetição da palavra fug/fugger/fugging incansavelmente, mas John Green estava bem ali deixando as última cenas memoráveis.

o teorema de katherine 4

Se quer saber, o livro O Teorema de Katherine daria um ótimo filme, resumiria a primeira parte em poucos minutos e o restante ocuparia o longa quase todo, adicionaria algumas cenas extras, principalmente as da caverna, faria aquela magia de quando o personagem se conecta com o público. Finalmente terminei a leitura e consegui entregar o livro com aquela sensação gostosa de quando o final te conquista. 

Um comentário:

  1. Oi Neyara!
    Esse foi o livro do John que eu menos gostei. Concordo com o que você disse sobre o início chato e a narrativa lenta, eu também demorei a engrenar na leitura, e pensei em desistir. Mas o nome do autor conta muito nessas horas né, rsrs. Depois que a trama está bem definida, ele fica bom, mas até chegar a esse ponto, desanima mesmo. O que mais gosto no John Green é a capacidade que ele tem de criar características tão diferentes para seus personagens, e mesmo assim deixá-los quase reais. Adorei a resenha ;)
    Bjos!

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